O comportamento da mãe narcisista

 

A mãe e o espelho

 

Segundo Michele Engelke, a mãe narcisista não enxerga os filhos como indivíduos, mas como extensões de si mesma.

Eles existem para alimentar sua imagem — nunca para se tornarem quem são.

 

Quando há mais de um filho

 

Ela cria papéis invisíveis:

👑 Um é o filho perfeito, obediente, que a "honra".

⚠️ O outro é o rebelde, ingrato, decepcionante.

Essa divisão alimenta a rivalidade e impede a união entre irmãos.

 

Quando há só uma filha

 

Ela intensifica o controle:

  • Opina nas roupas
  • Critica os sentimentos
  • invalida qualquer esforço ou acerto
  • Tenta moldar a filha à força
  • A filha vira um projeto — e não uma pessoa.

 

Quando a filha busca psicoterapia

 

A mãe tenta invadir até o espaço da cura:

  • Exige relatórios do profissional
  • Quer saber o que foi dito
  • Duvida do terapeuta
  • Distorce os avanços da filha como "rebeldia"
  • E se faz de vítima por “não ter mais voz”

 

O medo da Individuação

 

A mãe narcisista sente como traição o simples ato da filha se tornar quem é.

Ver a filha crescer e se diferenciar é como ser abandonada emocionalmente.

 

Existe um caminho!

 

Quando a psicoterapia é protegida,

quando a filha não precisa mais pedir permissão para sentir,

o processo de cura começa.

Ela deixa de ser espelho. E vira pessoa.

 

A mãe narcisista percebe

 

  • Que precisa de controle sobre os filhos
  • Que não suporta críticas
  • Que exige obediência emocional
  • Que reage com agressividade, silêncio punitivo ou vitimização quando contrariada

Ou seja, ela sente que sua autoridade é central e que tudo gira ao redor dela.

Mas ela não nomeia isso como “narcisismo” — ela acredita estar certa, que “é assim mesmo”, ou que está sendo injustiçada.

 

E o que ela diz?

 

  • “Tudo o que fiz foi por você.”
  • “Você sempre me culpa por tudo.”
  • “Não existiria sem mim.”
  • “Você tem memória seletiva.”
  • “Você está diferente desde que começou essa terapia.”

 

Essas frases revelam negação, inversão de culpa e ausência de autorreflexão real.

Argumentos de Poder

 

1. Autoridade intelectual ou profissional

 

  • “Eu sou psicóloga, eu sei o que estou falando.”
  • “Eu estudei isso, você não.”
  • “Você ainda é imatura, está sendo manipulada.”
  •  

Aqui, ela usa a formação acadêmica ou posição profissional para invalidar o sentir do outro.

Mesmo sendo psicóloga, ela não aplica escuta, empatia ou neutralidade — usa o saber como instrumento de hierarquia emocional.

É um uso defensivo e manipulador da autoridade.

 

2. Papel materno como sacrifício

 

  • “Tudo o que fiz foi por você.”
  • “Eu abri mão da minha vida pra te criar.”
  • “Você só tem o que tem porque eu me sacrifiquei.”

 

A maternidade vira moeda de troca. Ela transforma o “cuidado” em dívida emocional vitalícia, com culpa embutida.

 

3.Apego à imagem social

 

“Você quer que os outros pensem mal de mim?”

“Fala isso pra sua terapeuta, mas não me exponha.”

“Na frente dos outros você é uma, comigo é outra.”

 

O medo de perder o controle sobre sua imagem a faz reagir com raiva quando é confrontada em espaços externos, como terapia ou redes sociais. A filha que rompe o silêncio é vista como traidora.

 

4. Vitimização emocional

 

“Depois de tudo que fiz, você me trata assim?”

“Você vai me matar de tristeza.”

“Você destruiu a nossa família com essas ideias.”

 

Ela inverte os papéis: de agressora para vítima.

Quando não consegue mais controlar pela força, tenta controlar pela culpa.

 

5. Espiritualidade ou moralidade como argumento

 

“Deus vai te cobrar.”

“Você está quebrando mandamentos.”

“Filho que honra pai e mãe tem vida longa.”

 

Quando usa fé ou moral como mecanismo de controle, ela transforma espiritualidade em ferramenta de submissão emocional.

É o uso tóxico da “obediência” como bloqueio da autonomia.

 

Se confrontada a mãe narcisista costuma reagir com:

 

  • Raiva
  • Negação
  • Vitimização
  • Ataque (“Você está sendo manipulada por essa terapeuta”)
  • Ou até chantagem emocional (“Você quer me ver morrer triste?”)

 

Ela não admite porque isso desestabiliza o castelo emocional que ela construiu em torno do “papel de mãe ideal”.

 

O transtorno de personalidade narcisista faz com que a mãe mascare a dor da própria história, o medo da rejeição e o vazio interno.

Reconhecer seria entrar em colapso — pois exigiria lidar com uma identidade que ela passou a vida negando.

Ela manipula com intenção de preservar o que acredita ser “amor”, “educação” ou “autoridade”.

 

Você viveu isso?

 

O silêncio pode ser pesado demais para carregar sozinha.

Me acompanhe para mais reflexões e fragmentos de escrita que acolhem a dor e transformam em palavras.