A maior parte da literatura, relatos e estudos sobre narcisismo materno foca nas filhas, enquanto os filhos homens são muito menos abordados. Vamos entender, com base em autores como Michele Engelke, Susan Forward, Christine Lawson, Elan Golomb e dados clínicos, o porquê disso. e vira ferramenta de controle.
Por que falamos em “filhas de mães narcisistas” e pouco em filhos homens?
A filha é vista como espelho direto da mãe
A filha mulher, para a mãe narcisista, é comumente tratada como:
Isso cria um vínculo fusão-inveja-rivalidade, muito mais carregado emocionalmente.
A filha é moldada, podada, criticada e, às vezes, “punida” por ter aquilo que a mãe perdeu (juventude, liberdade, expressão emocional).
Michele Engelke destaca que a filha “rouba” inconscientemente o lugar da mãe como mulher — o que a mãe vivencia como ameaça.
O filho pode ser idealizado como “extensão de sucesso”
O filho homem muitas vezes ocupa um lugar diferente:
Mas isso não significa que ele não sofra — apenas que o sofrimento é diferente e menos visível.
Filhos tendem a internalizar e silenciar mais
Na maioria das culturas, os homens são socializados para:
Isso faz com que homens que sofreram com mães narcisistas cresçam sem linguagem emocional suficiente para nomear a dor — ou até a normalizem.
As mulheres têm mais espaço para contar suas histórias
O movimento de cura, psicoterapia e escrita autobiográfica tem sido liderado majoritariamente por mulheres, que:
É por isso que temos mais livros, relatos e conteúdos sobre “filhas de mães narcisistas” — mas isso não significa que o abuso não atinja também os filhos homens.
O impacto nas filhas é mais diretamente emocional e identitário
Para a filha, a mãe é o modelo primário de identidade feminina.
Quando essa referência é tóxica, o impacto costuma atingir:
Isso faz com que a ferida seja mais direta e visível — e portanto mais estudada.
📌 Em resumo:
Filhas são feridas no ser. Filhos, muitas vezes, no fazer.
A ferida da filha é mais identitária.
A do filho, mais mascarada por papéis sociais (força, provedor, racionalidade).